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O que faz a ansiedade aumentar?


Não estamos vivendo melhor que no passado? Por que os índices de ansiedade aumentaram vertiginosamente nos últimos 50 anos se hoje muitos dos riscos comuns da vida foram drasticamente reduzidos. A maioria de nós não convive com a mortalidades infantil, a desnutrição, trabalhos duros ou perigosos e nossas casas são mais seguras e confortáveis que antigamente. Não parece haver motivo para que 25% da população mundial sofra de ansiedade. Ainda assim nos tornamos uma sociedade de pessoas muito nervosas.

Há motivos porém, que vão além do conforto material e da segurança. Começamos pelo nível de conexão social, os laços com outras pessoas passaram a ser menos estáveis e previsíveis. O divórcio é mais comum e as famílias de origem estão divididas e espalhadas. As pessoas estão mais isoladas de seus vizinhos e há cada vez mais pessoas que vivem sozinhas.

O terrorismo e a violência parece uma ameaça real, onde o crime aumentou e as ruas não são mais seguras.

Com a globalização e a competição econômica, a segurança no emprego diminuiu; as pessoas são dispensadas de seu trabalho de modo que até pouco tempo atrás era impensável.

Muitas pessoas não podem contar com pensões e aposentadoria adequadas para a velhice. Todos esses fatores contribuem para o sentimento de que a vida não é mais tão segura quanto parece.

E essas mudanças vem acompanhada do modo como pensamos sobre nossas vidas. Nosso senso de autoconfiança deu espaço ao sentimento de que somos controlados por forças maiores. Nossas expectativas em relação ao conforto material aumentou por causa da riqueza maior, em função de uma nova identidade como consumidores. Estamos em uma condição material melhor que a dos nossos pais e avós, mas sempre queremos mais. Esse sentimento é reforçado por uma infinidade de anúncios que demonstram o quanto nossas vidas seriam prazerosas se comprássemos os produtos certos, as comidas certas, as roupas certas. Quanto mais ligados estivermos em uma vasta rede de consumo, mais solitários nos sentiremos.

Como a economia nos oferece um número cada vez maior de opções, tornamos-nos cada vez menos contentes. questionando a nós mesmo se nossas escolhas foram corretas. Nossos padrões de beleza. nossas expectativas de sucesso e nossa demanda por felicidade continua e nos deixam insatisfeitos com o mundo no qual ficamos cada vez mais gordos por comermos comida rápida de má qualidade e por usarmos instrumentos que nos poupam os esforços físicos. Um mundo em que nosso tempo para lazer é cada vez mais esvaziado e em que compramos, desesperadamente, um livro de autoajuda atrás do outro em busca de um sentido e de felicidade.

Fonte: Leahy, Robert L. Livre de Ansiedade. Porto Alegre: Artmed, 2011.


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